Depreciação de veículos: 5 passos para aumentar a vida útil do caminhão

O maior desejo de quem trabalha com um caminhão é aumentar a vida útil do seu bem. A depreciação de veículos está intimamente ligada às manutenções periódicas e aos cuidados com o excesso de carga, o tipo de combustível e a utilização de peças originais. Tudo isso ajuda você a manter o seu caminhão sempre como se ele estivesse novo, desde a durabilidade de pneus até a longevidade de itens como amortecedores, correias, etc.

O que é a depreciação? Embora possa ser considerado um investimento, já que o caminhão permite que você realize o seu trabalho, o veículo por si só sofre uma depreciação desde o momento em que você o retira da concessionária.

A explicação para isso é simples: ao comprar o caminhão, ele acabou de ser fabricado. Está com as peças novinhas, tudo encaixado no seu devido lugar. À medida que você roda, a quilometragem faz com que esses itens se desgastem, ou seja, um caminhão com 50 mil Km, com certeza, valerá menos do que um caminhão 0 Km — isso é uma depreciação.

Mas existem formas de se minimizar esses efeitos. Sendo cuidadoso no uso do seu caminhão, você pode fazer com que ele atinja quilometragens mais altas perdendo menos valor de mercado. Assim, quando chegar a hora de vendê-lo, você pode arcar com uma taxa menor de depreciação, rentabilizando seu dinheiro para a compra de um novo caminhão.

Neste post você vai aprender como fazer para aumentar a vida útil do seu caminhão, fazendo-o parecer sempre novinho, mesmo com muitos quilômetros rodados. Vamos começar?

1. Mantenha as manutenções periódicas em dia

A manutenção periódica, ou preventiva, é o primeiro passo para prolongar a vida útil do caminhão. A maioria das pessoas faz visitas às oficinas e concessionárias apenas quando há algum problema com o veículo. Esse erro pode trazer duas consequências graves, que são:

  • segurança: se uma peça chegou ao ponto de apresentar problemas, significa que ela já estava no limite da sua utilização. Já imaginou se a quebra de uma peça vital ocorre na estrada, quando você estiver fazendo uma curva? É acidente na certa;
  • economia: a manutenção corretiva é sempre mais cara do que a preventiva. Quando um item passa da hora de ser trocado, ele acaba prejudicando outras peças e o conserto acaba ficando mais salgado para você. Além disso, a manutenção preventiva permite que você se programe para as revisões, tornando mais fácil a tarefa de fazer um bom planejamento financeiro para a sua atividade.

Mas, então, o que levar em consideração para fazer as manutenções periódicas? Veja, abaixo, uma lista de itens que devem ser verificados constantemente:

Sinalização

O sistema de sinalização do caminhão é composto por todas as luzes que auxiliam na visibilidade, tanto a sua quanto a dos outros motoristas que trafegam na estrada. Qualquer lâmpada queimada pode prejudicar a dirigibilidade de todos e causar acidentes graves. E, justamente por isso, a fiscalização está sempre de olho nas luzes dos caminhões, multando aqueles que apresentam problemas.

Para saber se está tudo em ordem, peça ajuda a algum colega que possa ficar de fora do veículo, checando o funcionamento de cada uma das lâmpadas à medida que você for acionando-as.

Além disso, há outros cuidados importantes que você deve tomar, pois, muitas vezes, é necessário rodar em estradas sujas de terra ou minério e os resíduos gerados pela passagem do caminhão podem cobrir os faróis, dificultando a visibilidade. Isso também ocorre quando a pista está molhada.

Portanto, mantenha o caminhão sempre limpo e dê especial atenção às luzes traseiras, que costumam sofrer com sujeira do asfalto. Veja também se não há infiltrações nos faróis, o que pode diminuir a vida útil das lâmpadas.

Freios

O sistema de freios de um caminhão é um pouco mais complexo do que o de um automóvel de rua. Trata-se de uma composição de lonas com pastilhas, sapatas, tambores e outros itens, que funcionam por meio de um sistema a ar.

A vida útil desses materiais depende do uso que você faz do caminhão. Quem roda mais em regiões serranas, precisa realizar as manutenções com mais frequência. O importante é acompanhar as indicações de prazo de trocas feitas a cada manutenção, para que tudo esteja sempre em ordem.

Também é importante ficar atento aos barulhos estranhos, se há muita diferença na altura do pedal e também verificar se há vazamentos no sistema. Um cuidado fundamental é sempre utilizar o freio motor para realizar descidas com maior segurança.

Filtro de combustível

O filtro de combustível é a peça responsável por reter as impurezas presentes no óleo diesel que movimenta o motor do seu caminhão. A recomendação é realizar a substituição desse item a cada 20.000 km, em média, ou conforme orientação do fabricante. O filtro ineficiente acaba causando entupimento de bicos injetores, aumentando o consumo de combustível e diminuindo a vida útil do motor. Uma limpeza de bicos custa bem mais caro do que a troca do filtro, acredite.

Suspensão

Devido ao mau estado das estradas no Brasil, a suspensão é um dos itens que mais sofre. E qualquer problema nesse conjunto pode causar acidentes graves, já que ele é uma das peças que garantem a dirigibilidade do caminhão.

O ideal para se fazer a manutenção da suspensão é seguir as recomendações do fabricante. Mas você deve ficar atento aos barulhos e ao comportamento do caminhão ao volante. Qualquer trepidação diferente pode ser o indicativo de que algo não está funcionando bem.

Filtro de ar

A recomendação dos especialistas é que o filtro de ar seja substituído a cada parada para troca de óleo. Esse item é responsável por reter as impurezas do oxigênio que faz a mistura com o óleo diesel, gerando a explosão que move o motor.

Por isso, ele deve estar sempre novinho para não perder a eficiência.

Parte elétrica

Além da bateria, que tem um prazo de validade de cerca de 2 anos, é preciso estar sempre atento aos cabos que conduzem a eletricidade.

Qualquer falha em um desses itens pode causar problemas em sistemas vitais como freios ou direção, por exemplo.

Limpadores para-brisa

Pouca gente se lembra deles, mas em estradas os limpadores para-brisa são itens muito importantes. Quem viaja muito enfrenta variações de clima o tempo todo. Por isso, não dá para arriscar.

O ideal é trocar as palhetas dos limpadores a cada 6 meses.

Sistema de climatização

Se o seu caminhão possui ar-condicionado, é preciso providenciar a limpeza do sistema e a troca dos filtros a cada ano.

A utilização muito prolongada do sistema sem fazer a manutenção pode trazer prejuízos para a sua saúde, já que há o acúmulo de poeira, ácaros e outras impurezas.

Fluidos e lubrificantes

A troca completa de óleo e do filtro deve ser realizada conforme indicação do fabricante. Embora esse não seja um problema em caminhões, que rodam muitos quilômetros, vale lembrar que a validade do lubrificante é em média de seis meses.

Caso você não tenha atingido a quilometragem nesse prazo, providencie a troca.

2. Evite excesso de carga no caminhão

Um dos fatores que mais contribui para a diminuição da vida útil do caminhão é o excesso de carga. Infelizmente, não são raros os casos de motoristas que tentam potencializar ao máximo cada frete, carregando o caminhão mais do que o recomendado.

Os problemas dessa operação são muitos. O primeiro é legal: andar com o caminhão acima do peso definido pode gerar multa se o motorista for pego na pesagem. A carga máxima que o caminhão suporta é definida pelo fabricante e deve constar no manual do proprietário; porém, é muito importante observar que muitos veículos suportam uma carga superior ao permitido por lei.

Essa informação será consultada pela fiscalização assim que você passar pela pesagem obrigatória. Se estiver acima do peso, a multa é certa.

Mas se o problema fosse apenas a multa, tudo bem. A questão é que o caminhão que está acima do peso perde dirigibilidade, já que fica mais instável, além de forçar mais os freios. O motor também sofre, o que faz com que você gaste mais combustível.

E tudo isso culmina na diminuição da vida útil do seu caminhão. Lembre-se do que falamos no começo: quanto maior o desgaste das peças, menor será o valor de revenda do veículo. Se você roda com peso excessivo, motor, suspensão, freios, pneus e outros itens terão desgaste prematuro.

3. Use o tipo de combustível certo

Com certeza você já deve ter ouvido falar sobre os malefícios de se utilizar diesel adulterado no tanque do seu caminhão, não é mesmo? Por mais que seja tentador abastecer a um preço bem mais baixo, tenha a certeza de que essa economia poderá trazer problemas futuros.

A forma mais comum de adulteração do Diesel é a adição de óleos vegetais. Como são mais baratos, o dono do posto consegue aumentar o volume de combustível em seus tanques sem alterar características como cor e consistência, podendo vender o Diesel batizado a um preço bem menor do que o puro.

Outra prática comum é venda do Diesel Interior em municípios nos quais a lei determina a venda do Diesel Metropolitano, que tem menos enxofre.

Os efeitos do uso do Diesel batizado são sentidos mais rapidamente do que aqueles causados pela Gasolina ou Etanol adulterados, o que ajuda o motorista a tomar providências imediatas.

Logo nos primeiros quilômetros é possível sentir que o motor está com menos força para encarar subidas e o motor falha constantemente. Dependendo do caso, pode ser necessária até mesmo a troca dos bicos injetores, pois eles podem não funcionar mais.

Mas, então, como evitar esses problemas? Veja como se precaver contra postos que adulteram o diesel que vai para o tanque do seu caminhão:

Avalie o aspecto do posto, veja se as bombas são muito velhas e se o estabelecimento está mal conservado. Pode ser indício de má qualidade do combustível.

Desconfie de preços muito baixos: o combustível é vendido para os postos a preços tabelados. Ou seja: quem pratica valores mais baixos para o consumidor, assume uma margem de lucro menor. Se você parar em um posto enorme, cheio de funcionários e que cobra um preço bem mais baixo pelo Diesel, de onde sai o recurso para pagar tantas despesas? Pois é, algo errado tem.

Denuncie! Mesmo que você tome todos esses cuidados, nada impede que caia em algum golpe muito bem disfarçado. Se isso ocorrer, não deixe de denunciar para as autoridades. Assim você impede que outros motoristas abasteçam com Diesel adulterado.

4. Cuide da durabilidade dos seus pneus

É muito difícil prever qual é a durabilidade exata dos pneus do caminhão. A razão é simples: depende do tipo de transporte que você faz e de quais estradas você usa. Mas o certo é que se você cuidar bem da borracha do seu veículo certamente poderá mantê-la por bastante tempo, gerando menos custos para você.

Quer saber qual a maneira correta de cuidar dos pneus do caminhão? Confira abaixo:

Calibragem

Os índices de pressão de cada pneu dependem do tipo de frete que você está realizando. Quando mais pesada a carga, maior a necessidade de pressão nos pneus.

Quando roda com menos libras do que o recomendado, o pneu se desgasta mais nas bandas, que ficam em maior contato com o asfalto. Além disso, o caminhão perde estabilidade nas curvas, já que tem menos firmeza para contorná-las. Dependendo do caso, a borracha pode até se soltar da roda, fazendo você perder o controle e resultando em acidentes.

Por outro lado, um pneu muito cheio, se desgasta mais no centro do ponto de rodagem. Por estar muito duro, a borracha absorve menos os impactos, sacrificando os amortecedores, a suspensão e o seu conforto na cabine.

Muitos motoristas utilizam o expediente de martelar o pneu para saber se ele está com a pressão correta. Essa prática não é indicada, já que não fornece os índices exatos de pressão. O ideal é conectar cada pneu ao calibrador automático para saber se a quantidade de libras está adequada.

Profundidade dos sulcos

Os sulcos da banda de rodagem devem ter 1,6 milímetros de espessura. Caso contrário, o pneu está com pouca borracha, o que faz com que você tenha menos estabilidade. Além disso, o equipamento não consegue drenar a quantidade necessária de água quando o asfalto está molhado, causando aquaplanagem.

Mas, como saber se a profundidade é a correta? Basta seguir a indicação do TWI (Tread Wear Indicator). Esse sistema foi criado para que o motorista saiba qual é a hora exata de trocar os pneus do veículo. Ele está presente em carros, caminhões e até motos.

Trata-se de um conjunto de borrachas com 1,6 milímetros cada, que estão posicionados dentro dos sulcos. Quando a ranhura estiver no mesmo nível da borracha, significa que o pneu já não tem mais eficiência.

Rodízio

As regras para se fazer o rodízio variam de acordo com o tamanho e o número de eixos do seu caminhão. Por isso, consulte o manual do proprietário.

O certo é que a operação deve ser realizada a cada 10 mil Km. Ela permite que os pneus se desgastem de forma igualitária, impedindo que haja diferenças grandes no desempenho de cada composto. E, claro, evitando que você precise trocar os pneus antes da hora.

Sempre que puder, rode à noite

O asfalto quente consome mais pneus. Portanto, ao pegar um frete, procure estabelecer uma programação por meio da qual você possa rodar uma parte do trajeto à noite. Assim você economiza um pouco mais de borracha.

Fique atento somente aos sinais de cansaço e não abuse do seu corpo. Se achar que não é seguro prosseguir, pare para descansar.

5. Entenda a importância do uso de peças originais

A essa altura você já percebeu a importância que todos os cuidados têm para a durabilidade do seu caminhão, não é mesmo? Mas se você não utilizar peças originais, toda essa precaução será jogada fora.

É verdade que comprar uma peça paralela é bastante tentador, devido ao preço bem mais baixo. Mas não se engane: a conta por essa opção chegará mais tarde e o barato sairá mais caro.

Veja o por que:

Encaixe

As peças originais são aquelas que foram usadas na fabricação do caminhão. Isso significa que todo o projeto original do veículo levou em consideração o uso desses itens, com as mesmas especificações e o mesmo material.

Portanto, as peças originais se encaixam melhor nos diversos componentes do caminhão e não vão apresentar falhas precoces, causando problemas mecânicos inesperados. Assim, o veículo funciona mais “redondo” e tem a sua vida útil prolongada.

Durabilidade

Qual o segredo para que uma peça paralela seja mais barata do que a original? Simples: o material utilizado na fabricação é de pior qualidade e os processos de produção são menos elaborados. Caso contrário, como o fabricante conseguiria cobrar menos pela mesma peça?

O resultado: a durabilidade de uma peça paralela é muito menor do que a de uma peça original. Aí, basta fazer as contas: em geral, um item adquirido no mercado paralelo custa 20% a menos do que um comprado na concessionária ou em loja autorizada. Não há parâmetros para se medir o desgaste, mas é seguro dizer que a peça paralela pode durar a metade da original.

Ou seja: no final das contas, você vai pagará mais caro, já que precisará realizar uma nova manutenção na metade do tempo que seria necessário.

Garantia de fábrica

Quando você compra uma peça original tem direito a uma garantia de fábrica que cobre qualquer problema que ocorrer com o item. Isso dá uma grande tranquilidade, pois qualquer peça está sujeita a falhas.

Segurança

O material de menor qualidade usado em peças paralelas não é preparado para suportar itens como peso do caminhão, altas temperaturas de funcionamento ou utilização por tempo prolongado, só para citar alguns exemplos.

A exposição das peças a esse tipo de situação pode levar uma quebra repentina de itens vitais, o que pode causar acidentes graves.

Imagine uma pastilha de freio fabricada fora das especificações originais. Uma descida de serra, como você sabe, eleva o conjunto de frenagem a altas temperaturas e o material precisa ser resistente para que não perca eficiência. Ficar sem freios em uma situação como esta pode ser fatal para você e também para outros motoristas.

Depois de ler este texto, eu tenho certeza de que você já se convenceu da importância de cuidar bem do seu caminhão, para aumentar a vida útil e diminuir a sua depreciação.

Vale lembrar que o caminhão é o seu instrumento de trabalho. É por meio dele que você ganha o seu dinheiro e, por isso, quanto mais otimizada for a sua utilização melhor para você.

O custo de um caminhão novo é muito alto, mas não há nenhuma razão para você se preocupar com isso. A manutenção preventiva é totalmente capaz de garantir que você rode muitos quilômetros com seu veículo, antes de precisar trocá-lo.

Por fim vale ressaltar que os prazos para manutenção preventiva são estipulados pelo fabricante do seu caminhão. Mesmo assim, se você quiser ter seus custos bem organizados, pode montar uma planilha na qual você lançará cada serviço realizado, com o respectivo valor e a previsão para as próximas trocas. Assim, você garante mais organização e melhor conservação do seu instrumento de trabalho!

Viu só como não é tão difícil aumentar a vida útil do seu caminhão? Com atitudes simples, atenção e cuidado, ele continuará prestando serviços de qualidade por muito tempo, sem que você tenha com o que se preocupar.

 

Fonte:http://blogwlmscania.itaipumg.com.br

 

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